SETPESP – 82 ANOS DE HISTÓRIA
1 – Breve histórico
Em 15 de maio de 1941 o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de São Paulo era reconhecido pelo Ministério do Trabalho como entidade representativa das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de São Paulo.
O SETPESP nasceu da fusão de três outras entidades:
- o Sindicato Patronal das Empresas de Auto Ônibus;
- o Sindicato dos Proprietários de Auto Ônibus, e
- o Sindicato dos Proprietários de Veículos de Aluguel,
que haviam sido criadas a partir de 1924 quando surgiram os primeiros ônibus.
Tudo era improvisação no início do século XX. Os ônibus naquela época não eram bem ônibus, eram jardineiras, com lotação para somente 9 (nove) passageiros, que se acomodavam em 3 (três) bancos. A população denominava esses veículos, fabricados pela pioneira Grassi, de “mamãe me leva”.
Os veículos não se prendiam a horários ou a itinerários. Corriam em busca de passageiros, vagando de ponto em ponto, sem rumo certo, sem preço de passagem estabelecido.
As jardineiras pertenciam a vários donos, não raro de 10 (dez) até 20 (vinte) sócios para um só veículo. Durante anos perdurou essa improvisação, precariedade total. O transportador, sem dúvida alguma, foi herói.
É importante registrar que o primeiro ato institucional no transporte urbano data de 1934, e no transporte rodoviário, 1935.
Aconteceu em 1934 a primeira tentativa de implantação de linha regular entre São Paulo e Santos, com os famosos ônibus de dois andares, apelidados de “King Kong”. Até então as viagens eram feitas pelo caminho do mar, com jardineiras de 11 (onze) lugares, em horários esporádicos. As estradas eram incipientes, e vivia-se a plenitude das ferrovias, sendo a Companhia Paulista de Estrada de Ferro o nosso maior orgulho.
A malha rodoviária de hoje, de quilômetros e quilômetros de estradas pavimentadas, era um sonho. Somente após árdua campanha o SETPESP obteve as primeiras e fundamentais garantias para o empresariado em geral.
Com isso, as empresas passaram a renovar suas frotas, dando surgimento ao Coach brasileiro, fabricado pela Grassi. Com isso desapareciam os ônibus arcaicos e pioneiros, dando lugar a uma frota mais moderna, munida de melhores estruturas e bases mais sólidas, ao mesmo tempo em que nasciam as primeiras empresas legalizadas.
Iniciava-se, assim, o progresso do transporte por ônibus no Estado de São Paulo. O número de passageiros transportados aumentou consideravelmente. De 44 (quarenta e quatro) milhões em 1933 para 100 (cem) milhões em 1937, e 131 (cento e trinta e um) milhões no ano seguinte. Eram os passageiros dos bondes que passavam a viajar com os ônibus, mas nem tudo foi prosperidade.
Na verdade, os transportes ao longo de mais de meio século viveram poucos e raros períodos de tranquilidade e segurança, pois lutaram e persistem na luta sem jamais desanimar, por contratos garantidores de direitos e de definidas obrigações, brigaram por tarifas, padeceram greves, e mesmo desapropriações.
Na década de 40 as empresas foram colhidas pela guerra, e padeceram intensamente. O ânimo dos transportadores se arrefeceu, pois, suas frotas estavam a um passo do mais tenebroso sucateamento.
Experimentou-se na época o transporte com veículos movidos a gasogênio, de todos os tipos, e a álcool motor. Tudo pela mais incrível capacidade de criação de nossa gente. Porém, as empresas sempre assistidas pelo SETPESP, jamais desanimaram.
O trato continuado de problemas complexos, envolvendo interesses profundos da categoria, quer no transporte urbano, metropolitano ou rodoviário, sempre absorveram a maior parcela de trabalho das suas diretorias, que se sucederam com o passar dos anos.
Lutaram e persistem nessa luta até os dias atuais, defendendo seus empreendimentos, preservando áreas operacionais, lutando por justa remuneração, e enfrentando injunções diversas.
2 – Fatos marcantes
De lá para cá, 82 (oitenta e dois) anos se passaram, e vários fatos marcantes merecem registro.
Em 1939, na sede do SETPESP, na presença do então Ministro do Trabalho, Valdemar Falcão, foi assinada a primeira convenção coletiva de trabalho do Brasil, como lídimo exemplo de politização da classe patronal, sempre sensível aos interesses maiores dos empregados, em notória preocupação com a paz social.
Em 1977 merece relevo na história dos transportes de passageiros, a declaração de Brasília, resultado da reunião de nada menos do que 26 (vinte e seis) entidades representativas da categoria sob os auspícios da Confederação Nacional de Transporte, que postularam, perante o governo federal, medidas de maior interesse para os transportadores.
Do elenco dessas reivindicações, no curso do tempo, quase todas vingaram para prestigio dessas organizações que sempre souberam batalhar pelo interesse público com altivez e dignidade.
A primeira sede do SETPESP foi instalada no 6º andar do Edifício do Mappin, em 1941. Em seguida, no início dos anos 60, era inaugurada a primeira sede própria do SETPESP, localizada na Avenida São João, Edifício Metro II, onde ficou estabelecido por 28 (vinte e oito) anos.
Finalmente, em 1980, o SETPESP instalou-se na Avenida Paulista, principal centro financeiro da América Latina, ocupando o andar inteiro do Conjunto Nacional, imóvel com mais de 800m² (oitocentos metros quadrados), o que lhe propiciou modernização no mais amplo sentido.
3 – Atualmente
Em suma, o SETPESP sempre foi, é, e continuará sendo atuante, cumprindo o seu mister de órgão representativo da categoria econômica das empresas de transporte de passageiros e, sobretudo, de colaboração com os poderes públicos, no desenvolvimento da solidariedade social.
Com esse objetivo, a entidade possui diligente equipe técnica interna e especializada, renomada assessoria externa nas áreas trabalhista, tributária e fiscal, econômica e administrativa, o que garante às suas Associadas a mais ampla assistência no desenvolvimento das suas atividades.
Desde então, com mais de 80 (oitenta) anos de vida, o SETPESP se permitiu testemunhar o progresso das empresas, até os dias de hoje, o que bem denota a expressão e magnitude do sistema, todo ele mantido e desenvolvido com capital privado sem qualquer participação estatal, exceção feita à delegação dos serviços públicos.
Não pode existir melhor exemplo para se exaltar o sucesso de um serviço privatizado e diretamente ligado ao interesse público, turístico e social. As empresas, seus denodados pioneiros fundadores, muitos dos quais dirigiram esta entidade, constituem a história vitoriosa do SETPESP.
A consciência da modernidade, resiliência e incorporações tecnológicas são a prova da responsabilidade social e empresarial do setor.
A frota operante é singular, dotada de ônibus ultramodernos, equipada com todos os requisitos de segurança e conforto necessários, com pinturas sofisticadas, que imprimem agradável visual ao longo de nossas estradas.
Hoje, o SETPESP mantém seus princípios baseados no reconhecimento como a entidade de classe referência no setor de transporte rodoviário de passageiros no estado de São Paulo, oferecendo serviços de qualidade aos seus associados buscando manter o equilíbrio do sistema, desenvolvendo propostas operacionais e econômicas, com a disseminação do conhecimento e da inovação tecnológica, sempre interagindo com a sociedade e com o poder público em defesa do setor e dos demais envolvidos na cadeia produtiva do transporte.
Respeitando à ética, transparência e eficiência, com integridade corporativa, com responsabilidade socioambiental e excelência na gestão, isso é o SETPESP!